A regulamentação de imóveis rurais é um processo essencial para garantir segurança jurídica, acesso ao crédito, regularização ambiental e valorização da propriedade. No entanto, muitos produtores ainda enfrentam dificuldades por falta de informação ou orientação especializada.
Por isso, elaboramos este passo a passo completo sobre a regulamentação de imóveis rurais no Brasil, com foco nas principais obrigações legais e dicas práticas para o produtor rural.
Siga a leitura!
Por que regulamentar um imóvel rural?
Antes de detalhar o passo a passo, é fundamental compreender a importância da regulamentação de imóveis rurais:
Passo a passo para regulamentar um imóvel rural
Antes de tudo, é preciso conferir se o imóvel rural está registrado em cartório. O produtor deve obter uma matrícula atualizada do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis da comarca onde o bem está localizado.
Dica jurídica: Certifique-se de que a matrícula esteja em nome do proprietário atual. Se estiver em nome de antigos donos ou se houver pendências, será necessário providenciar a regularização registral.
Emitido pelo INCRA, o CCIR é um documento obrigatório para qualquer negociação de imóvel rural, como venda, doação ou partilha.
Como emitir:
Acesse o site do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural) ou vá até uma unidade do INCRA. Tenha em mãos os dados da matrícula e CPF ou CNPJ do proprietário.
Todo imóvel rural deve estar com o ITR em dia. O Imposto Territorial Rural é declarado anualmente pela Receita Federal, e a falta de quitação pode impedir a regularização do imóvel.
Dica: Mantenha o pagamento em dia e guarde os comprovantes de todas as declarações.
O CAR é obrigatório desde 2012 e tem como objetivo mapear as áreas de preservação e uso dentro da propriedade rural.
Como fazer:
A inscrição pode ser feita pelo site do SICAR, utilizando georreferenciamento da propriedade. O ideal é contar com a ajuda de um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo.
Desde 2001, imóveis rurais com mais de 100 hectares devem ter georreferenciamento para regularização fundiária.
O que é?
É a medição precisa do imóvel com coordenadas geográficas (latitude e longitude), feita por profissional habilitado.
Dica jurídica: O georreferenciamento é essencial para atualização da matrícula e evita conflitos de divisa entre propriedades vizinhas.
Se há sede, casa de morador, currais ou outras benfeitorias, estas precisam ser averbadas na matrícula do imóvel para garantir proteção jurídica em caso de venda ou inventário.
Como fazer:
Contrate um profissional para elaborar uma planta e memorial descritivo, que serão apresentados no Cartório de Registro de Imóveis.
Muitos imóveis, especialmente na região Norte do Brasil, enfrentam sobreposição com áreas da União ou territórios indígenas. Isso pode travar completamente a regularização fundiária.
Dica: Faça a consulta no SIGEF (Sistema de Gestão Fundiária) ou no site da FUNAI. Se houver conflito, será necessário atuar juridicamente para esclarecer ou contestar a sobreposição.
A regulamentação de imóveis rurais exige o cumprimento de várias normas do Direito Agrário, Ambiental, Tributário e Registral. Portanto, contar com o apoio de um advogado especializado acelera o processo e evita erros comuns.
Documentos essenciais na regulamentação de imóveis rurais
Regularização ambiental do imóvel rural
Além da documentação fundiária, o produtor deve observar obrigações ambientais previstas no Código Florestal:
Dicas finais para o produtor rural
Conclusão
A regulamentação de imóveis rurais não é apenas uma obrigação legal — é um passo essencial para garantir a valorização do imóvel, segurança jurídica, acesso a linhas de crédito e proteção contra conflitos fundiários.
Portanto, seguir cada etapa desse processo com apoio técnico e jurídico é o melhor caminho para o produtor rural que deseja crescer com segurança.
Este artigo tem caráter informativo. Caso enfrente problemas ou dúvidas, é essencial que consulte um advogado. Nossa orientação é individualizada, adaptada às especificidades de cada caso. Conte conosco!